A
FORMAÇÃO E PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ARAUÁ/SE EM RELAÇÃO À HOMOSSEXUALIDADE
NA ESCOLA[1]
Gilson Dias de
Carvalho[2]
Orientadora Professora Enedina Soares Souto
O presente
artigo analisou a questão da homossexualidade na escola, uma evidência complexa que nos faz repensar os nossos atos e conhecimentos
sobre as relações humanas no cotidiano escolar. A pesquisa teve como objetivo analisar
a formação e percepção dos professores sobre homossexualidade e como eles lidam
com essas situações em sala de aula. O estudo pautou-se em investigar a
formação dos professores de Arauá com relação às mudanças de paradigmas sobre a
homoafetividade Os dados foram coletados através de questionário aplicado aos professores
da cidade e teve como objetivo analisar a formação e percepção dos professores
sobre homossexualidade e como estes lidam com situações da sexualidade em sala
de aula. Para tanto, o referencial teórico foi baseado nas ideias de vários
pensadores como: Abramo (2004), Abramovay (2004), Arseli Kern (2010), Brasil
(1997), Correia (2008), Dinis (2008), Leal (2010), Oliveira (2010), Paulino
(1999) e Ribeiro (2010). A pesquisa revelou que existe grande diversidade de
pensamento sobre o tema estudado, e pode-se observar que os professores ainda apresentam
dificuldades no que tange às situações que envolvem relações homoafetivas devido
aos padrões morais, éticos e religiosos que carregamos em nossa história de
vida.
PALAVRAS CHAVE: Desigualdade de
gêneros. Homossexualidade. Homoafetividade na escola. Professor
ABSTRACT
Abstract: This article was treated homosexuality in
school, a complex question that makes us rethink our knowledge about the human
relations in daily school. The search was aimed to know the feeling of the
teachers about homosexuality and how they deal with situations of sexuality in
the classroom. Also investigated about the teacher training in relation to
paradigm changes about the sexuality. The information were collected through of
questionnaire given with teachers Arauá-SE Cty, and that the answers were
analyzed and based on ideas of several thinkers as: Abramo (2004), Abramovay
(2004), Arseli Kern (2010), Brasil (1997), Correia (2008), Dinis (2008), Leal
(2010), Oliveira (2010), Paulino (1999) and Ribeiro (2010). The search revealed
that there is wide variety of thought about the theme homosexuality, and could
be observed the teachers still have difficulties when dealing with situations
that involves relations homoaffective due to moral, ethical and religious
patterns that who we carry in our life history.
KEYWORDS: Gender inequality. Homosexuality. Homoaffection school. Teacher
1 Introdução
Existe
uma profunda necessidade de repensar sobre as questões da homossexualidade nas
relações humanas da sociedade atual, sobretudo quando esses ocorrem no
cotidiano escolar, onde muitos educadores não reconhecem as mudanças no campo
da sexualidade e alcance que as discussões sobre homossexualidade presente nas
relações sociais da escola, chegando ao ponto de muitos professores
discriminarem alunos pela orientação sexual.
Tais mudanças se referem principalmente ao desenvolvimento de um saber
sobre a sexualidade no sentido de abrir-se para a diversidade da orientação
sexual, as denúncias de violência contra homossexuais, a luta pela cidadania e
os desdobramentos no campo jurídico, social e cultural.
Diante
da questão em tela, o presente artigo trata das desigualdades de gênero na relação
entre professores e alunos, uma vez que a homossexualidade ganha cada vez mais
visibilidade e para tanto, os educadores precisam desconstruir os seus
paradigmas que moldam as concepções discriminatórias.
A
temática de estudo desta pesquisa surgiu pelo fato de ser professor e perceber
nas andanças profissionais a necessidade de mudanças no que tange às percepções
sobre a homossexualidade. Em função disso, faz se necessário um novo olhar
sobre esta questão, de modo que a escola possa criar estratégias de enfrentamento,
tanto por parte dos professores como dos alunos.
São
vários os questionamentos que movem os direitos sexuais de um indivíduo, de
modo que esses são importantes tanto como os direitos civis, políticos e sociais.
Assim, é necessário que a orientação sexual seja compreendida em sua complexidade
e não baseada em afirmações preconceituosas como tem se caracterizado no
contexto social. É necessário a socialização do debate que as relações de
gênero propõem para a compreensão da homossexualidade e dos desdobramentos das
relações sociais no espaço escolar. Como afirma Correia (2008, p. 03):
É inegável a importância do
estudo sobre sexualidade na vida dos seres humanos, pois ela é experimentada ou
revelada em expectativas, imaginações, anseios, crenças, posturas, valores,
atividades práticas, papéis e convivências.
Nessa
condição, a sexualidade é uma dimensão reveladora de fatores emocionais que
envolvem o corpo do ser humano abrangendo toda identidade sexual. Sendo assim,
inúmeros estudos mostram que as questões do gênero e raça devem ser entendidas
como parte da conduta humana. É notório
que na atual conjuntura social ainda temos presenciado uma carga de
preconceitos, valores e tabus nas nossas escolas. Desta forma Ribeiro (3010, p.
02) referenda o seguinte:
Na
atual estrutura e organização da população impõe - se não a aceitação, o
respeito à livre escolha individual. Estamos diante de um momento de transição
de opiniões, e que vem se tornando notório a todos, hoje é comum vermos casais
homossexuais nas ruas, em bares, festas, cinemas, escolas e a cada dia que
passa essa liberdade se torna maior, mostrando que a sociedade está mudando de
acordo com as aceitações das atuais relações humanas.
Diante do
exposto, o estudo em foco traz a tona uma das questões mais importantes
inseridas no cotidiano da escola e, por esta razão a homossexualidade ainda é motivo de uma gama de preconceitos,
onde Ferreira (2010, p. 214) define como:
Ideia
preconcebida; suspeita, intolerância, aversão a outras raças, credos,
religiões; significado que nos faz pensar se realmente temos consciência de todos esses sentimentos quando
está preconceituando a imagem de algum ser humano, seja por homossexuais ou outro de preconceito sobre
alguém.
Neste
sentido, o professor deve ser comprometido com a formação do educando,
independente de qualquer opção sexual e tenha como princípio a construção da
identidade para desenvolver a capacidade de agir com autonomia tendo como base
a incorporação da diversidade.
Estamos
diante de um contexto social onde as relações sociais são movidas por um mundo
globalizado em que as distâncias são barreiras superadas a cada momento. Logo,
temos a educação como uma das ferramentas mais importantes e capazes de reduzir
as diferenças entre os gêneros e raças, diminuindo, assim, situações excludentes
que decorrem entre os gêneros. Compreendendo, portanto, que a educação deva
acompanhar as mudanças e desafios postos pela sociedade.
Estudiosos
apontam que a escola capaz é de promover as competências indispensáveis aos
desafios sociais no mundo atual numa perspectiva de ampliação das possíveis
causas que corroboram para as desigualdades de gênero.
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